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Estenose lombar: o que é, causas e tratamento

Estenose lombar é o estreitamento do canal lombar, e muitas vezes essa condição é confundida com dor vascular, devido a semelhança dos sintomas. Para elucidar essa dúvida e concluir o diagnóstico é necessário a realização de exames de imagem.

Na estenose lombar ocorre o espessamento entre os ligamentos, o que faz com que o espaço livre para as estruturas neurais diminua.
Essa diminuição dá origem a uma hipertrofia óssea na coluna, gerando bastante dor na região lombar, já que é uma área muito sensível que é responsável pelo movimento dos membros inferiores.

A dor do paciente acometido com estenose lombar se justifica por nesse local existirem as raízes nervosas. São 5 das 33 vértebras existentes em uma mesma região da coluna vertebral. Embora não seja uma regra absoluta, é mais comum que a estenose lombar ocorra nas vértebras L3-4 e L4-5.

Causas da estenose lombar

Embora exista mais de uma causa a principal delas é decorrente do processo natural do envelhecimento, quando o estreitamento ósseo do canal medular afeta as propriedades biomecânicas da coluna. Geralmente são decorrentes de doenças degenerativas. Normalmente as queixas sobre o problema costumam surgir após os 50 anos. Quanto antes for realizado o diagnóstico, mas fácil será a solução do problema.

Além do processo do envelhecimento, existem doenças que podem dar origem a uma estenose lombar. No caso de doenças que desencadeiam essa condição, a idade do paciente poderá ser irrelevante em alguns casos, já que a condição poderá acometer jovens adultos. Essas doenças são:

  • Cauda equina;
  • Artrite reumatoide;
  • Doença de Paget;
  • Osteoartrite;
  • Doença discal degenerativa;
  • Espondilite Anquilosante.

Tipos de estenose lombar

A estenose lombar pode ser dividida em alguns tipos, que diferem de acordo com a localização da dor e a intensidade da mesma. Identificar qual o tipo exato de estenose lombar o paciente possui, torna o tratamento mais eficaz. Veja agora quais os principais tipos de estenose lombar:

Estenose lombar primária
É um tipo raro de estenose. Se trata de uma condição congênita, ou seja, a pessoa já nasce com a a doença. Estima-se que cerca de 9% dos pacientes são acometidos com esse tipo de estenose.

Estenose lombar secundária
Tipo comum de estenose lombar e que na maioria das vezes, acomete pacientes com 50 anos ou mais. Essa estenose é a adquirida por conta do envelhecimento ou decorrente de outras doenças.

Estenose lombar central
É considerada pela medicina como a forma mais comum da condição. Tem a ver com o estreitamento do canal vertebral central, que é por onde a medula espinhal passa. Essa compressão da medula espinhal pode desencadear dor nas costas e pernas, além da sensação de formigamento e fraqueza nas pernas.

Estenose lombar foraminal
O estreitamento da estenose nesse caso ocorre nos forames neurais, o que desencadeia a compressão das raízes nervosas e causa muita dor nas costas e nas pernas. O paciente também pode se queixar de formigamento e fraqueza nos membros inferiores.

Estenose lombar lateral recessal
Neste caso, ocorre o estreitamento dos recessos laterais do canal vertebral. Como consequência da compressão das raízes nervosas no local, o paciente poderá ter dores nas pernas e região lombar, além de apresentar sintomas neurológicos.

Estenose lombar foraminal e lateral recessal
Nessa condição o paciente apresenta a estenose nos recessos laterais e nos forames neurais. Dessa forma, ocorre uma combinação dolorosa dos sintomas da estenose lateral recessal e da estenose foraminal.

Sintomas

Os sintomas variam de caso para caso, já que existem diferentes tipos de estenoses e estas condições podem começar a ser tratadas logo no início ou quando estão em estado avançado.

De uma maneira geral, o paciente com algum tipo de estenose lombar sentirá dor lombar que pode ou não irradiar para as nádegas, e dor nas pernas que pode se irradiar da região lombar para toda a extensão das pernas, inclusive atingindo os pés em alguns casos. Também há relatos de formigamento e dormência de pernas, coxas e nádegas.

A claudicação neurogênica também é um sintoma comumente relatado em consultórios. Esses pacientes podem ter dormência, fraqueza e/ou dor nas pernas quando se realiza atividades físicas, sobe escadas ou caminha, ainda que em curtas distâncias. Também pode ocorrer a piora das dores se a pessoa ficar de pé ou caminhar, mesmo que seja andando dentro de casa.

Por outro lado, pacientes também relatam que sentem alívio dos sintomas quando se sentam ou inclinam o corpo para frente. Se não tratada, a intensidade das dores e demais sintomas da estenose lombar tendem a aumentar com o passar do tempo, uma vez que o estreitamento do canal vertebral se tornará mais intenso.

Diagnóstico da estenose lombar

Não é possível obter diagnóstico só com exame clínico e análise do histórico do paciente. Isso se deve ao fato de os sintomas serem muito parecidos com outras condições que podem causar dores na coluna vertebral, como hérnia de disco e lombalgia. Por isso, o médico, sobretudo o especialista em coluna, solicitará exames de imagem para ter certeza de qual é o problema do paciente.

O médico especialista poderá solicitar a realização de radiografia e tomografia computadorizada. O principal exame de imagem para determinar se o paciente tem ou não, e em caso positivo qual o tipo, é a ressonância magnética.

Tratamento de estenose lombar

As possibilidades de tratamento podem variar de acordo com o tipo de condição de cada paciente. O principal e mais simples dos cuidados para o paciente  é o tratamento conservador. O médico quase sempre indicará a realização de fisioterapia com a finalidade de se obter a descompressão neural. Hidroterapia e acupuntura também podem ser indicadas para pacientes.

Para o controle da dor, o médico especialista em coluna poderá receitar anti-inflamatórios, bem como analgésicos e corticosteroides. Em último caso, quando a fisioterapia, medicação e descanso não resolverem o problema do paciente, e sua qualidade de vida estiver comprometida, o médico indicará intervenção cirúrgica, levando em conta sempre não só a condição, mas também a saúde e idade do paciente.

Dr. Edgar Utino

Médico Ortopedista Especialista em Cirurgia da Coluna com técnicas minimamente invasivas. Especialista em Cirurgia da Coluna Vertebral pela Sociedade Brasileira de Cirurgia da Coluna (SBC) e Título em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

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